domingo, 22 de fevereiro de 2009

A PRIMEIRA VEZ QUE VI O MAR


Nos mais intensos de meus sonhos, sempre tive um que nunca escondi de ninguém, era um dia conhecer o Rio de Janeiro e se caso eu fosse ao sul do país, ir ao Rio Grande do Sul. Coroando com chave de ouro conhecer o mar, ir a praia, poder ser abençoado por uma onda em meus pés, poder me banhar com aquela água salgada e se possível ver um por do sol visto somente naquele lugar único. Pois bem, aquele ano de 2006 começou com um convite no mínimo mágico, um congresso no Rio de Janeiro, na última semana de aula e o melhor, bem barato (30 reais). Mas em cima da hora me vi em dificuldades, pois haveria avaliação final na hora em que o ônibus partiria e na dúvida entre viajar realizando meu sonho ou ser reprovado, acabei ficando e fazendo a avaliação final. O lado bom foi saber que passei com nota máxima na matéria em questão, o ruim foi ver as fotos do pessoal que foi se divertindo em uma tarde de sol em Copacabana. Até hoje penso se foi tão bom assim não ter reprovado naquele momento.


Pessoal da pedagogia no "Fórum Mundial de Educação" em Copacabana!!!


Como o mundo dá voltas, duas semanas depois fui avisado que nós iríamos apresentar um trabalho no mês de julho e desta vez em Florianópolis. Raciocinando bem, comecei a perceber que desta vez iria conseguir realizar as coisas que tanto eu queria mesmo não sendo exatamente como deveriam ser. Iria conhecer o mar e o sul do país ao mesmo tempo, mesmo que sem precisar conhecer o mar do Rio de Janeiro ou o sul do Rio grande do Sul. Aquilo foi ficando em minha mente e a ânsia de chegar o momento de partir foi aumentando.


Quando finalmente chegou o dia, confesso que foi surpreendente. Estava em uma manhã de domingo nublado, dentro do ônibus que nos levava a "Floripa", quando escutei comentários de surpresa e espanto denntro do ônibus. Ao olhar para pela janela do ônibus pude presenciar o que antes só conhecia de ouvir dizer. Pela janela se via o mar revolto vindo contra a encosta, entrecortado por arvoredos que passavam por esta paisagem a cada curva, ou a medida que a estrada avançava. Para a imensa maioria das pessoas presentes (incluindo a mim), foi o primeiro contato com o mar em sua extensão. Um pequeno aperitivo do que iríamos encontrar nos dias posteriores. O sol não estava presente, mas me pareceu naquele instante ser algo secundário perto do que estava perante a nós.


Ao chegarmos a Florianópolis, assim que desfizemos as malas, cada um tomou um rumo. Uns foram fazer compras que durassem aquela semana em que ficaríamos lá, outros foram lanchar, outros simplesmente foram descansar depois de 27 horas de viagem. Eu fiquei andando para conhecer a cidade e no fim da avenida principal, ouvia-se o barulho das ondas vindo de encontro a praia, um cheiro forte de peixe, o sol se pondo sob o céu nublado com uma leve tonalidade azul escuro ao horizonte.



Com a surpresa de quem estava a poucos metros da praia e a poucos instantes de conhecê-la, fui seguindo em direção ao cais. O som das ondas aumentava, assim como o forte cheiro, as areias iam aparecendo, nela um barco de pescador ancorado. Ao longe uma pequena ilha, e além o horizonte. Eram 18:15 da tarde, não mais do que isto. Não me contive e soltei a interjeição adolescente que tanto o professor Armando Velloso fazia menção: - Carai véi, que maravilha!!!! - E maravilhado com aquela paisagem fiquei ali a contemplando, o tempo ia passando, com o tempo anoitecendo e eu ali em silêncio agradecendo por tudo aquilo. Naquela noite voltamos todos para contemplarmos junto o solo (e a areia) da praia do sul em toda a sua extensão.


Na manha seguinte, enquanto todos dormiam, fui novamente a praia (desta vez com sol a pino) para fazer minha caminhada. E lá eu pude ser enfim batizado com as águas do mar em meus pés, pude andar por toda a sua extensão, com Jorge Ben Jor nos fones de ouvido. Conheci pessoas novas, paquerei um pouco, tomei um banho de mar, realmente fiz tudo o que esperava fazer em uma praia.


FLORIANÓPOLIS - JULHO DE 2006


2 comentários:

Conde, o Eu disse...

não tenho um pingo de vergonha de admitir duas coisas:

1.Rio de Janeiro? Não, obrigado. A beleza de lá só pela novela das 8...

2.Morro de inveja das tuas duas viagens a Floripa, esse sim, um paraíso brasileiro. Viajar assim, congresso, universitários e talz é uma experiência ÚNICA, que acrescenta no currículo (pessoal mais que no de papel) algo sem comparação!

Rose Dayanne disse...

Sim sim!
Otimo