segunda-feira, 7 de setembro de 2009

EXPOSIÇÃO TÃO LONGE, TÃO PERTO ( MEU PENÚLTIMO ESTÁGIO NA UNB)

Pessoal da exposição tão longe, tão perto, agosto de 2009

Em um aparelho, ainda em madeira, Graham Bell, um dos inventores do telefone, conversou com D. Pedro II. Papo rápido, e que só foi possível porque os dois estavam bem perto, a poucos metros de distância. Foi na Filadélfia, durante a exposição que comemorou 100 anos da Independência dos Estados Unidos.

Na época, o aparelho era bem diferente dos atuais: tinha uma parte para falar e a outra para ouvir. Em 1892, Ericsson teve a feliz ideia de juntar o receptor e o transmissor. Mas só no século XX os telefones ganharam design mais modernos. No começo, eram todos pretos. Depois passaram a ser confeccionados coloridos: o máximo da modernidade nos anos 60.

“É um pouquinho assustador, até para a gente que já está usando o celular, ver uns modelos tão assim diferentes”, diz a alfabetizadora Eliane de Almeida.

Quem não tinha telefone em casa ligava do orelhão. Os primeiros telefones públicos ficavam trancados em caixas de ferro e só existiam em hospitais, delegacias e em pontos de táxi. Algumas cidades no Brasil contavam com o luxo de ter nas ruas cabines de madeira. Fazer um interurbano era impossível sem ajuda de uma telefonista.

“Ela marcava o tempo através de um aparelho. Era preciso colocar um papel para registrar o tempo da ligação. Quando começa a ligação, a telefonista apertava o botão do start, e assim ia registrando o tempo. Depois, ela apertava finish para terminar a ligação. E esse papel era enviado até a casa de quem fez a ligação com o valor da conta”, o monitor Frederico Ramos.

Enquanto hoje, pela internet, por meio do Twitter, que grandes decisões de políticos e personalidades são anunciadas, antes era pelo telefone que os avisos mais importantes dados. Por um aparelho um tanto quanto peculiar, que Israel Pinheiro, o engenheiro que construiu Brasília, conversava com Juscelino Kubitschek. O aparelho ficou conhecido como JK e foi o primeiro da capital federal. Na época da inauguração existiam pouquíssimas linhas em Brasília. A lista telefônica da cidade era bem fina. Apenas 500 moradores tinham o privilégio de ter um aparelho em casa.


Marlene Martins era uma dessas. Ela ligava de um telefone JK, que funciona até hoje. “Eu não troco o meu JK por um mais moderno. Pela casa sim, mas no meu quarto tem que ser ele. Traz boas recordações, principalmente do Juscelino Kubitschek”, conta.

Na exposição dá para ver ainda o primeiro fax, os videofones da década de 70, o primeiro telefone sem fio e o primeiro celular, que vinha com uma bolsinha, onde ficava a bateria. Uma viagem no tempo que encanta os visitantes.

“Um tempo muito curto, porque a tecnologia avança rápido. Então, a gente tem a sensação de estar em um passado distante, só que não é tão distante”, destaca um rapaz.

“Essas curiosidades vão ampliando a experiência das crianças que estão hoje em dia acostumadas com tanta tecnologia. Elas aprendem que nem sempre foi assim, expandindo o conhecimento e a educação, das crianças e dos adultos. Existem muitos adultos que nunca viram esses telefones tão antigo. É muito interessante”, explica a monitora Amanda Ourofino.

A exposição vai até o dia 4 de outubro no Museu Nacional da República. A entrada é de graça.



DFTV 1ª Edição > 07/09/2009 > Reportagem

Texto: Viviane Basile
Imagem: Luís Ródnei
Edição: Mauro Januário / Rani Ribeiro

Um comentário:

elizabeth disse...

Rogério, que maravilha!!!

Fiz uma viagem fantástica no tempo...

Belo trabalho, acredito que vc. tenha contribuido muitíssimo para o sucesso desta exposição.
Abraços,
Profa. Beth