terça-feira, 16 de dezembro de 2008

TRAVESSIA (DE TEMPO E ESPAÇO)

Praça da Liberdade - Belo Horizonte MG, novembro de 2006

Assim descobri o quanto Milton Nascimento faz parte de minha vida e nem eu mesmo sabia...




Travessia

Milton Nascimento
Composição: Milton Nascimento / Fernando Brant


Quando você foi embora
fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito,
hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha,
e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto,
muito tenho prá falar

Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar

Vou seguindo pela vida
me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte,
tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
e se não der não vou sofrer
já não sonho hoje faço
com meus braços meu viver

Esta foto foi tirada em novembro de 2006 na praça da liberdade em Minas Gerais ao lado da placa com a letra e cifras de Travessia em homenagem aos 500 anos de Brasil, 300 anos de Minas Gerais e 30 anos de sucesso de Milton Nascimento. Ela fica escondida no meio da praça, mas é imponente quando se vê. Achei-a por acaso quando um ano antes passeava pela primeira vez em Minas e achei aquilo lindo, a letra e a estrofe lado a lado em local que lembra muito Minas Gerais e o Clube da Esquina.

Aliás, só um pequeno parêntese. Meses antes havia comprado uma compilação em vinil dos discos clássicos de Milton Nascimento: Minas de 1975 e Geraes de 1976. Ao comprar em um dia de sexta-feira, fiquei andando para cima e para baixo com aquele disco debaixo dos braços pela UnB. Não havia aula naquela tarde (as antológicas aulas do Dante de Projeto 02) e saímos eu, Gabriela, Paulinha e João Gabriel andando, gastando o tempo daquela tarde. Quando a Gabi, do nada, começa a cantar:

"Qualquer maneira de amor vale a pena.
Qualquer maneira de amor valerá!!!"

Inconscentemente eu virei sabendo que estava com o disco que continha aquela música comigo e começamos a conversar sobre isto. Como estávamos caminhando sem direção alguma, sentamos próximo ao DCE no "ceubinho" para distrair. Pegamos o encarte do disco e começamos a cantar as músicas conhecidas que nele continha, as que não conhecíamos declamávamos. Eram músicas como: O que será, Paula e Bebeto (do refrão citado acima) e Cálix Bento. Quando menos percebemos já eram quase 18:00 da tarde e já era hora de ir embora, uma tarde agradável.

João Gabriel, Ana Paula e Yanaê durante aula de Projeto 02 do professor Dante

Pois bem, meses depois estava em Minas Gerais e na frente não de um encarte, mas de um monumento em homengem ao cantor que representou melhor Minas nos últimos 35 anos (talvez em todos os tempos). E ao depararmos com aquela imagem em nossa frente ficamos maravilhados com a beleza desta e da música. Uma das pessoas que estava conosco dizia não conhece-la e nós surpresos cantamos a letra para ela que logo se lembrou e se juntou ao coro.

"Solto a voz nas estradas, já não quero parar..."

Ainda guardo estas memórias comigo, pois elas trazem coisas que para alguns possam ser insignificante. Afinal era a primeira vez que conhecia uma capital sem ser Brasília. Aquela tarde cinza, aquele frio agradável, aquela amizade rápida e intensa, o fim da tarde em um bar de esquina na Savassi, risos e alegria que só poderia ter acontecido ali e naquela hora (pois houve outras oportunidades e isto não se repetiu).

Belo Horizonte MG - Coreto da Praça da Liberdade - Novembro de 2005

Um ano depois pude retornar e pude então tirar uma fotografia deste marco histórico de Minas em minha vida...

Agora registrado em foto e texto.

Um comentário:

Conde, o Eu disse...

é sempre bom conhecer novos lugares, fazer história, deixar um pouco dessa história. é muito bom mesmo...