sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ELLÉN OLÉRIA - A VOZ

Era domingo, 23 de setembro de 2012, estava preparando o prato do almoço na casa de uma amiga, naquela tarde, iria começar um programa que a Globo estava anunciando e não dava tanta atenção, se chamava The Voice, para mim, mais um Ídolos (houve uma edição do Ídolos que só vim descobrir que estava acontecendo horas antes da final porque alguém me perguntou pra quem eu iria torcer...), então sem atenção alguma escuto da cozinha...
- Angola... Congo, Bengela...
... Ao ouvir somente a entonação da palavra Angola, sabia quem era e falei alto sozinho na cozinha: ELLEN OLÉRIA??? larguei o prato na cozinha e fui ver a apresentação que praticamente lhe deu o título do programa mesmo sendo primeiro programa em poucos minutos de exibição. Todos os jurados pasmos vendo o que eu já via nos últimos 8 anos desde as apresentações internas do FINCA da UnB. O Brasil descobria ali e eu me surpreendia com algo que para mim já era habitual, a interpretação de Zumbi com arranjos próprios e que agora podem ser definitivos.

  
Descobri a voz e a cantora e sua banda nos corredores da UnB, nos shows do Campus Sonoro que aconteciam durante o almoço, nos Festivais INternos da Canção da UnB o FINCA, na oportunidade que tive de ter uma aula interdisciplinar com ela (aquelas que todos os cursos fazem uma mesma disciplina na área de educação e muitas vezes não se tem a oportunidades de interagir com seus colegas, que foi o caso dela que cursamos a mesma disciplina e não chegamos a trocar um OI, devido esta miscelânia de cursos e estudantes e tempo curto que a disciplina ), no fato de ser a artista que mais vi shows pelo fato de abrir praticamente todos os shows de grandes artistas e ser, dentro de Brasília, a maior promessa da música que só precisaria de uma oportunidade para que o país descobrisse o que nós já sabíamos.


Confesso que quando a vi pela primeira vez pelos idos de 2004/2005, eu sabia que sua voz era ímpar, que ela merecia ganhar todos os prêmios indivíduais, de música, compositora e banda do FINCA, mas o que me hipnotizava, era a baixista, PAULA ZIMBRES, eu sempre gostei de mulheres que tocavam Baixo, e ela ainda inovava perto dos outros baixistas do festival, ela tocava sem palhetas, e tocava com desenvoltura e estilo próprio, e o principal, o modo como ela pegava no contrabaixo, como se fosse uma extensão do corpo, como se estivesse abraçando alguém, como se houvesse uma sensualidade natural em trazer o instrumento pra junto de si e ambos fossem uma coisa só.

Desde então foram mais de 10 shows vistos, desde os shows dentro da UnB, aos shows de aberturas de artistas como o encontro clássico com Sandra de Sá nos 50 anos de Brasília, o show com Soatá quebrando tudo no porão do rock de 2009, o show para a embaixada da Letônia em que ela fez vibrar mais que a cantora principal da Letônia, ou o último show que fui que foi o show de abertura para o show do Gilberto Gil em fevereiro de 2012, onde ouvi pela última vez ao vivo a música que conquistou o Brasil na abertura do programa The Voice.

  
Em dezembro de 2012, ela venceu o programa, hoje é uma cantora nacional, e espero que aquela cantora que fez parte de vários momento marcantes dentro e fora da universidade da minha vida, siga seu caminho que todos que ouviam e a acompanharam sabiam que eram só questão de tempo acontecer.

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