Em junho de 2008, minha ansiedade era em ir pela primeira vez ao ENEPE que seria realizado em julho em Vitória do ES. O prazo para assegurar as vagas no ônibus para embarque já estava no final e não tinha conseguido grana o bastante para ir, incluindo o fato do atraso da bolsa da UnB. Para piorar a situação, só havia uma vaga para o ônibus e havia duas garotas que ainda batalhavam esta vaga. Uma delas estava indecisa e acabou por não ir. A outra pesou a desorganização que ela creditava na ida ao FONEPE passado para não ir também. E assim entra na história um personagem desta aventura, o Cebolinha, vulgo, Vágner.
O Cebolinha é um cara muito gente boa, divertido, uma das peças raras da FE/UnB. Aquele também seria seu primeiro ENEPE, e apostando no valor de uma dívida que ele tinha recebido aquele dia, ele disse que pagaria a passagem para a garota que veio a desistir. Sabendo que eu gostaria de ir ao ENEPE e estava sem grana, ele me fez a mesma proposta que vim a aceitar e assim pude ir aquele ENEPE. Marcamos que o pagaria assim que recebesse a bolsa seguinte, a do mês de agosto e assim combinamos então.
Passado o ENEPE, com agosto em andamento, marquei de pagar ao Cebolinha, após receber a Bolsa da UnB referente aquele mês, durante a reunião de recepção dos calouros. Aquela reunião também seria um momento de o pessoal que foi a Vitória se rever, contar os causos, rir muito também. E assim entra a segunda personagem da história, Aracy Rosa.
Aracy, era minha caloura do semestre seguinte ao meu, que tinha rosa tanto no sobrenome como no tom de cabelo. Seu sorriso e gargalhada eram ímpares, e isto já era parte de sua personalidade, sua felicidade contagiante. Encontrei com a Aracy durante aquela reunião de recepão de calouros do qual também estava o Cebola. Como o caixa eletrônico da UnB não estava funcionando, iríamos ao caixa do Conjunto Nacional retirar o dinheiro. A Aracy se dispôs a dar carona até lá pois tinha compromisso naquela direção e assim a grande história tem início.
No trajeto para o Conjunto Nacional, papo vai, papo vem, a Aracy diz que o motivo de ela ir até o centro de Brasília, era o show de Frank Sinatra JR que haveria no Teatro Nacional dali a meia hora. Ela estava apreensiva porque os ingressos tinham se esgotado e ela era fã de Frank Sinatra, o pai, o bastante para perder aquela oportunidade. Eu como fã entendia muito bem a situação de Aracy, nisso o Cebolinha vira para mim e diz que o dinheiro que eu iria devolvê-lo, agora seria investido nos ingressos para o show da Aracy. O detalhe de tudo isto: o ingresso era gratuito aos funcionários de uma empresa, e aos demais custariam apenas 200 REAIS!!! Então na frente do teatro o que mais teria era "cambista" tentando vender aqueles ingressos e faturar grana fácil. E o dinheiro que teria que devolver ao Cebolinha eram 60 reais. Ou seja não daria para salvar o show de Aracy
Chegamos ao Teatro Nacional, e os cambistas realmente cobravam 200 reais do ingresso e a Aracy ainda não tinha a mínima idéia de como entrar lá. Foi quando eu e Cebolinha fomos sacar o dinheiro dinheiro e ao voltar encontramos uma Aracy cada vez mais desolada por não conseguir o ingresso. Foi quando eu e Cebolinha pedimos para Aracy nos esperar na entrada e abordamos um cambista que estava com a mão cheia ainda de ingressos e assim o abordamos:
Você ainda tem ingresso ai? (tenho sim, quantos você quer)
O Negócio é o seguinte, estamos eu , meu amigo e uma amiga querendo entrar no show, mas só temos 60 reais, você deixaria 03 ingressos por 60 reais? (olha, assim você vai me quebrar um ingresso é 200 reais e vc me pede 03 por 60 reais???)
Então você vai morrer com os ingressos na mão, o show está para começar e você tem vários com você... (você está com o dinheiro contado?)
Está aqui... (então não conte a ninguém, bom show...)
Ao voltar a fila encontramos Aracy quase as lágrimas, resignada por não poder ver o show, quando Cebolinha lhe mostra os ingressos, além de incrédula, ela não parava de chorar agradecendo em meios a abraços e correria para entrar logo dentro do teatro.
Ao voltar a fila encontramos Aracy quase as lágrimas, resignada por não poder ver o show, quando Cebolinha lhe mostra os ingressos, além de incrédula, ela não parava de chorar agradecendo em meios a abraços e correria para entrar logo dentro do teatro.
E assim entramos no teatro nacional, foi um show ótimo, a cara emocionada e incrédula da Aracy e o Cebolinha pisando no teatro nacional pela primeira vez e eu vendo o filho de Frank Sinatra cantando como o pai... Não tinha preço...
Para terminar ainda tinha um sorteio para Miami que perdi por causa da sequencia da centena já que os outros 4 números do bilhete premiado era identicos ao meu (ir de graça ver Frank Sinatra e ainda ir a Miami de graça já seria demais rs)
E assim foi mais uma história que ficará para a eternidade.