Alunos: Rogério, Thais, Ana Carolina, Aline, Kalliane, Jéssica, Ana, Renata Yolanda, Viviane, Aline e Jales
Professora: Ana Lúcia
Participação Especial: Jaqueline
Quando me formei, meu primeiro vestibular prestado foi para o curso de História. Minha intenção era de poder ser pesquisador mexer com arquivos, ou até mesmo apenas organizá-los, desde que eu tivesse contato com eles. Até mesmo para Arquivologia eu prestei vestibular sem sucesso. Eis que em 2004 eu ingresso na UnB no curso de Pedagogia e que minha última disciplina cursada é (resumida) Memória do DF. Não me arrependo em ter feito este curso de verão porque como dito (uma das frases mais marcantes do curso): ESTAMOS AQUI PARA PASSAR INFORMAÇÕES, SE NÃO PRESTAR ATENÇÃO, FIZEMOS NOSSA PARTE. Entre os colegas que fazem parte da turma existem muitas caras conhecidas, amizades de longa data, e pessoas novas que compõe esta salada cultural e de informações da turma.
Muito da qualidade da disciplina se deve pela qualidade de didática que possui a professora Ana Lúcia. Como a FE precisava de alguém como ela!!! Incrivel o poder de concentração que os alunos tem quando ela ministra a aula, mesmo que alguem possa não se interessar pelo assunto, a maneira como ela leciona é de tal impacto que faz com que você se interesse pelo assunto. Sua dinâmica possui tudo o que um pedagogo acredita ao dar a aula (e que é tão difundido nos textos de Paulo Freire) sobre a dialética de assunto, onde a contribuição de informações é tão importante quanto a informação oferecida, já que ambas serão complementares no processo.
As aulas são oferecidas como se fosse bate papo, tem-se um tema, é oferecido argumentos, debate-se os argumentos, verifica-se a veracidade de tais fatos (já que estamos falando de história), critica-se o porque tais argumentações e propõe-se um modo de lecionar tais fatos (já que nem tudo é oferecido em sala de aula e as vezes nem ao menos se é divulgado a população).
Uma das atividades semanais são visitas a lugares de Memórias do DF. O interessante (e isto já foi tema de um texto, se não foi ainda será) é do fato de eu até entrar a UnB "não conhecer Brasília". Por ser de morador de cidade satélite e meus pais não terem condições financeiras (ou tempo hábil) para isso nunca tinha me dado esta oportunidade e fato não aproveitado também quando já maior, conhecendo os pontos turísticos de minha própria cidade apenas pela televisão.
As oportunidades que tive na disciplina teve seu carater cívico (estamos vivendo os 50 anos da capital), e também didático, além de proporcionar momentos de lazer (porque não), servia como oportunidade para conhecer tanto os lugares como as histórias que eles carregavam. Entre os lugares escolhidos para as visitas estão o Museu Vivo da Memória Candanga, o Catetinho, o Museu do Arquivo Público do DF e por último o Museu de Planaltina.
Como já trabalhei em ambiente de museus e já fui monitor de exposição, digo que o que vi me agradou. Analizando em termos gerais, alguns defeitos são relevantes outros não, mas do mais foram ótimos. O prazer das pessoas que lá trabalham é de encher os olhos, quando isso é passado ao visitante (e o visitante compreende), percebe-se a qualidade do trabalho apresentado. O grau de conservação é precário em vista da importancia do bem material exposto, isso é visualizado com mais ênfase no Catetinho.
Ter o prazer de vivenciar onde anos antes era só mato e estar como Juscelino viveu é maravilhoso. De tanto ver vídeos e fotos de Juscelino nos últimos dias, ao entrar em seu quarto no Catetinho e visualizar um modelo exposto com suas roupas era como se eu o visualizasse ali no quarto olhando de canto de olho para as pessoas que estavam entrando e dando boas vindas (total viagem, mas foi a impressão). Ou mesmo lembrar de um fato ocorrido anos antes quando o Luis me presenteou com um disco de seu avô de Dilermano Reis e este mesmo disco estar exposto por lá. Ou mesmo ter a sensação de estar em Goiás ao visitar Planaltina
O que me arrepiou mesmo foi a visita ao Arquivo Público pois lá ao ver o pessoal trabalhando me fez voltar no tempo e ver o que realmente eu queria fazer, PESQUISA. Fonte de todos os PIBICs que tentei devido a isso, rs. Ver a paixão com que eles falavam, explicar a função de cada e alguns mesmo desempenhando suas funções... SEM PALAVRAS.
Como a maioria da população de Brasília sabe o maior problema é como acessá-los (acredito eu). Porque não é falta de propaganda, talvez a falta de costume. Aprendi isso quando vi o horizonte do litoral pela primeira vez em Florianópolis e maravilhado comentei com a moça ao meu lado o que eu sentia na ocasião. Ela respondeu que para ela ver o mar não tem mais tanta significancia, afinal, ela o via todo dia. Percebo isso ao olhar o centro de Brasília diariamente e já ser lugar comum para mim sendo que para o restante da nação é assombroso até hoje sua estrutura e significancia.